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Birra ou crise: como identificar e agir no autismo
+ Meditação: como começar com 5 minutos por dia + Como minha filha me ajudou a ser uma pessoa mais sensível + Integração Sensorial em Ayres

📃Edição 10
⏳Tempo aproximado de leitura: 4 minutos
🌻Mensagem para a semana

🐺Nesta edição:
1) Transformando Crise em Conexão: Birra ou crise - como identificar e agir no autismo
2) Cuidando de Si para Cuidar Melhor: Meditação - como começar com 5 minutos por dia
3) Um Pouco da Nossa História: Como minha filha me ajudou a ser uma pessoa mais sensível
4) Conversa com o Especialista: Integração Sensorial em Ayres
🧩Transformando Crise em Conexão: Birra ou crise: como identificar e agir no autismo
Entender a diferença entre birra e crise em crianças autistas é essencial para saber como agir de forma adequada.
A birra geralmente tem uma intenção clara: a criança quer algo e usa esse comportamento como estratégia para consegui-lo.
Já a crise, especialmente no contexto do autismo, é resultado de uma sobrecarga emocional ou sensorial, sem um objetivo consciente por parte da criança.
Por exemplo, enquanto uma birra pode cessar rapidamente ao entregar um doce desejado, uma crise pode continuar mesmo após a necessidade inicial ser atendida.
As crises estão frequentemente relacionadas à rigidez cognitiva e à hipersensibilidade sensorial. Imagine uma criança que se recusa a usar uma camiseta com textura diferente da que ela está acostumada.
Se for uma crise, a resistência vai além da mera preferência: pode envolver sofrimento real, e a desregulação pode durar muito tempo, mesmo após o ambiente ser ajustado.
Esses episódios costumam ser mais intensos e prolongados do que uma birra comum, e a criança pode demonstrar sinais de desconforto físico ou emocional, como choro inconsolável, autolesão ou movimentos repetitivos.
A observação cuidadosa ajuda a identificar gatilhos específicos para as crises. Alguns exemplos são mudanças inesperadas na rotina, sons altos ou falta de previsibilidade no ambiente.
Reconhecer os sinais prévios, como maior irritação ou inquietação, permite agir preventivamente. Um exemplo seria ajustar a rotina da criança para evitar exposição prolongada a estímulos que desencadeiam sobrecarga sensorial, como locais muito barulhentos ou iluminados.
Para manejar crises, é fundamental manter a calma e oferecer suporte sem reforçar comportamentos inadequados. Propor alternativas que ajudem a criança a lidar com suas emoções, como ensinar estratégias de autorregulação e prever momentos desafiadores, pode fazer toda a diferença.
A prática de acolhimento e ajuste ambiental não só reduz as crises, mas também promove uma maior sensação de segurança e confiança na relação entre pais e filhos.
🌻Cuidando de Si para Cuidar Melhor: Meditação - como começar com 5 minutos por dia
Com a rotina intensa de cuidar de uma criança autista, muitas mães deixam o autocuidado em segundo plano.
A meditação pode parecer algo inalcançável em meio ao caos diário, mas, na verdade, ela pode ser uma ferramenta simples e acessível para recuperar o equilíbrio emocional.
Apenas cinco minutos diários podem ajudar a reduzir o estresse e aumentar a paciência, dois elementos essenciais para lidar com os desafios de maneira mais tranquila.
Começar é mais fácil do que parece.
1) Encontre um local silencioso, mesmo que seja seu quarto ou o carro estacionado.
2) Sente-se confortavelmente, feche os olhos e concentre-se na sua respiração.
3) Inspire profundamente pelo nariz, segure o ar por alguns segundos e expire lentamente pela boca.
Caso sua mente divague — o que é normal —, apenas observe os pensamentos e volte o foco para a respiração.
Aplicativos gratuitos e vídeos curtos podem guiar essa prática inicial, facilitando sua adaptação.
Além de promover calma, a meditação contribui para sua saúde física e emocional. Estudos mostram que a prática regular pode melhorar a qualidade do sono e reduzir sintomas de ansiedade.
Esse pequeno investimento em si mesma não é egoísmo, mas um ato de amor: quanto mais equilibrada e fortalecida você estiver, melhor poderá apoiar seu filho. Comece hoje, com cinco minutos de dedicação exclusiva a você.
O impacto pode ser transformador!
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🐺Um Pouco da Nossa História: Como minha filha me ajudou a ser uma pessoa mais sensível
Quando descobrimos que nossa filha era autista, começamos a mergulhar em um universo que, até então, era desconhecido para nós.
Um dos desafios que aprendi a entender foi a dificuldade que ela tem em se colocar no lugar do outro, algo conhecido como falha na teoria da mente.
No início, isso me trouxe certo estranhamento, mas com o tempo percebi que, para ajudá-la, eu precisava ser mais empático do que nunca — algo que, ironicamente, ela própria me ensinou a fazer.
A convivência com minha filha me fez perceber nuances nos sentimentos dela que nem sempre são óbvios.
O jeito como ela evita o olhar em momentos de desconforto, as palavras que escolhe (ou não escolhe) para se expressar, e até mesmo a forma como mexe as mãos me contam histórias que ela mesma não sabe explicar.
Esse aprendizado foi essencial para minha prática profissional. Hoje, ao atender pacientes autistas, percebo com mais clareza os sinais de frustração, alegria ou ansiedade, mesmo quando eles não conseguem verbalizar.
Minha filha me mostrou que empatia não é apenas "se colocar no lugar do outro", mas, muitas vezes, é enxergar além do que está aparente.
Ela me ensinou a ouvir sem palavras, a observar com mais atenção e, acima de tudo, a respeitar o tempo e o espaço de cada um.
Ser pai dela não apenas me transformou como pessoa, mas também me fez um profissional mais atento e sensível às necessidades daqueles que, como ela, se expressam de formas únicas.
📚Dica de livro
O livro Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, é uma obra profundamente transformadora, especialmente para mulheres que enfrentam desafios emocionais e exigências diárias.
Através de histórias e metáforas, o livro explora o poder arquetípico da "Mulher Selvagem", incentivando as leitoras a reconectarem-se com sua essência, instintos e intuição.
Essa mensagem é particularmente relevante para mães que, muitas vezes, deixam suas necessidades de lado em prol do cuidado intenso que seus filhos demandam.
A obra ajuda a resgatar a força interior, trazendo a reflexão de que o autocuidado e a conexão com nossos próprios desejos e limites são fundamentais para dar o melhor de si àqueles que amamos.
Estés fala sobre a importância de preservar sua individualidade e manter um equilíbrio emocional, algo que pode ser desafiador para mães que vivem sob pressão constante.
Ao mergulhar nas narrativas do livro, essas mulheres podem encontrar coragem para lidar com suas vulnerabilidades e ressignificar as dificuldades diárias.
Além disso, Mulheres que Correm com os Lobos reforça o valor da criatividade como forma de cura e expressão.
Mães de crianças autistas frequentemente enfrentam situações complexas e imprevisíveis, e o livro as encoraja a ver essas experiências como oportunidades de crescimento e resiliência.
Ele inspira a aceitação dos ciclos naturais da vida, o que pode trazer conforto e força em momentos de exaustão ou dúvida.
Em suma, a leitura pode ser uma poderosa ferramenta para se redescobrir e cultivar uma vida mais plena e equilibrada.
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Dr Leonardo Perfeto
🎓Conversa com o Especialista
Na seção Conversa com o Especialista, responderei a perguntas que recebo nas caixinhas do Instagram para oferecer insights valiosos sobre o autismo e o desenvolvimento infantil.
A cada edição, trarei temas práticos e relevantes para ajudar as famílias a compreender melhor o transtorno e a melhorar a qualidade de vida de suas crianças, sempre com dicas e orientações.
Ao final, responderei a perguntas sobre curiosidades pessoais, também feitas no Instagram.
Nesta edição, irei responder a perguntas frequentes sobre um tema crucial para muitas famílias: Integração Sensorial em Ayres
O que é exatamente a Integração Sensorial segundo Ayres, e como ela pode ajudar crianças autistas?
R: A Integração Sensorial é uma abordagem terapêutica desenvolvida pela Dra. Jean Ayres, que entende que o cérebro organiza e processa informações sensoriais (como sons, toques, movimentos) para permitir respostas adequadas ao ambiente. Para crianças autistas, que frequentemente têm desafios sensoriais, essa terapia pode ser muito benéfica. Ela ajuda a melhorar a capacidade de regular estímulos, reduzir reações exageradas ou ausentes e promover respostas mais equilibradas. Isso pode impactar positivamente a comunicação, interação social e até mesmo o aprendizado.
Como identificar se meu filho precisa de terapia de Integração Sensorial?
R: Se seu filho demonstra reações extremas a estímulos sensoriais, como evitar certos sons, texturas ou movimentos, ou se busca estímulos de forma excessiva (como girar sem parar ou pressionar objetos), isso pode ser um sinal. Outras dificuldades incluem falta de coordenação motora, problemas para manter o foco ou desconforto com mudanças na rotina. Um terapeuta ocupacional capacitado pode avaliar o comportamento do seu filho e determinar se essa intervenção é indicada.
Quais são os sinais de disfunção sensorial mais comuns em crianças autistas?
R: Os sinais mais frequentes incluem hipersensibilidade (exagero diante de barulhos, luzes, cheiros ou toques), hipossensibilidade (busca constante por estímulos, como morder objetos ou se jogar no chão), e dificuldade para regular o movimento (ser muito desajeitado ou evitar atividades físicas). Outros exemplos são aversão a roupas de determinadas texturas ou dificuldades para comer certos alimentos por conta da textura ou do cheiro. Esses sinais variam de criança para criança e podem mudar ao longo do tempo.
Quanto tempo leva para observar melhorias com a terapia de Integração Sensorial?
R: Os resultados variam, mas geralmente, após algumas semanas ou meses de sessões regulares, muitos pais relatam mudanças positivas. Essas podem incluir maior tolerância a estímulos, melhor coordenação motora, e uma criança mais calma diante de situações antes desafiadoras. O progresso depende da intensidade das dificuldades sensoriais, da frequência das intervenções e da consistência com atividades sugeridas em casa.
Quais atividades ou brincadeiras posso fazer em casa para complementar o trabalho da Integração Sensorial?
R: Atividades simples podem ajudar muito! Por exemplo:
Para crianças hipossensíveis: criar "trilhas" com almofadas para elas pularem ou oferecer argila para moldar.
Para crianças hipersensíveis: usar escovas macias para massagear as mãos ou brincar de soprar bolhas para ajudar na regulação sensorial.
Um terapeuta ocupacional pode sugerir exercícios personalizados com base nas necessidades do seu filho, tornando o dia a dia mais divertido e terapêutico.
Curiosidades sobre mim!
Se pudesse compartilhar um conselho com os pais que estão começando a jornada no autismo, qual seria a sua principal mensagem de encorajamento?
R: Capacitem-se e não fiquem esperando que as terapias irão resolver tudo 100%. Tem comportamentos que só acontecem dentro de casa, por isso temos que, como pais, nos informar e, melhor ainda, estudar sobre o autismo e como manejá-lo. Além disso, sugiro fazer um processo de autoconhecimento para ter maior autocontrole e assumir atitudes conscientes na hora em que o bicho pega. Temos que aprender que o adulto da relação somos nós, e isso pouca gente sabe como fazer. Mas conte comigo nisso também!Fique atenta às caixinhas de perguntas no meu Instagram. As mais interessantes, trarei pra cá. Quem sabe sua pergunta é respondida aqui também!
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