"Eu não gosto do papai!"

+ como o instinto de sobrevivência molda nossas comportamentos

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📃Edição 07

⏳Tempo aproximado de leitura: 4 minutos

🐺A Ajuda é sempre bem vinda

🌻Mensagem para a semana

Pedir ajuda não é a mesma coisa que desistir.

É se recusar a desistir.

Charlie Mackesy - O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo

🐺Nesta edição:

1) Transformando Crise em Conexão: Leis de sobrevivência e comportamentos dos pais

2) Cuidando de Si para Cuidar Melhor: Pequenos Rituais para Recarregar a Mente e o Coração

3) Um Pouco da Nossa História: “Eu não gosto do papai!”

4) Conversa com o Especialista: Manejo de Comportamentos Repetitivos e Estereotipados

🧩Transformando Crise em Conexão: Leis de sobrevivência e os comportamentos dos pais

A Lei de Sobrevivência do Ser Único, como explica o pesquisador Pedro Antônio Grisa, revela um princípio natural que todos temos: quando nos sentimos ameaçados ou sobrecarregados, nosso corpo e mente entram automaticamente em um modo de proteção.

Para muitos pais de crianças autistas, esse princípio se manifesta especialmente em momentos de crise, quando o comportamento do filho ativa nossos instintos mais profundos de defesa, criando tensão, medo ou mesmo uma sensação de urgência em resolver a situação a qualquer custo

É como se, nesses momentos, estivéssemos automaticamente em um estado de alerta – prontos para reagir antes mesmo de refletir.

No entanto, essas reações instintivas, por mais naturais que sejam, podem acabar dificultando a conexão com nossos filhos.

Quando a criança entra em crise, a reação automática de autopreservação pode fazer com que os pais reajam de forma mais rígida ou ansiosa, buscando interromper rapidamente a situação, muitas vezes sem conseguir identificar o que está na raiz daquele comportamento.

Esse tipo de resposta pode criar um círculo em que a criança também se sente ainda mais incompreendida, o que intensifica as reações dela.

A boa notícia é que, ao reconhecer esse mecanismo de defesa, podemos começar a transformar essas situações em oportunidades de conexão e entendimento.

Aqui vão algumas dicas para lidar com esses momentos de crise de uma maneira que respeite as necessidades tanto do seu filho quanto as suas:

  1. Pratique uma respiração profunda e consciente – Em momentos de crise, reserve um instante para respirar fundo e de forma controlada. Esse simples ato pode ajudar a sair do modo de "defesa" e entrar em um estado de calma, onde você se sente mais preparado para acolher seu filho sem aumentar a tensão. Mas é importante exercitar isso diariamente, mesmo estando sozinha.

  2. Busque entender a necessidade por trás do comportamento – Tente ver além do comportamento e identifique o que pode estar motivando essa reação no seu filho. Muitas vezes, crises são uma forma de comunicação quando a criança não consegue expressar algo de outra maneira. Pergunte-se: o que meu filho pode estar querendo dizer com isso?

  3. Lembre-se de que você não está sozinha – Reconhecer que momentos difíceis fazem parte do caminho e saber que é natural ter essas reações ajuda a cultivar a compaixão consigo mesmo. Busque ajuda em redes de apoio ou profissionais sempre que sentir que precisa de suporte para lidar com essas situações.

Essas práticas, repetidas e reforçadas ao longo do tempo, podem transformar os momentos de crise em ocasiões de aprendizado e conexão. E quanto mais você entende e cuida de suas próprias reações, mais preparado estará para oferecer ao seu filho a segurança emocional que ele precisa para crescer e florescer, dia após dia.

It was a rest day in Amritsar during our bike ride from Mumbai to Dharamshala. I spent an afternoon reading Harry Potter.

🌻Cuidando de Si para Cuidar Melhor: Pequenos Rituais para Recarregar a Mente e o Coração

Quando estamos no papel de cuidar de alguém que amamos, como nossos filhos, é fácil nos colocarmos em segundo plano. Mas, para mantermos a energia e o equilíbrio necessários, cuidar de nós mesmos é fundamental.

Criar pequenos rituais de autocuidado ao longo do dia não é apenas importante para sua saúde emocional; é uma maneira de garantir que você terá forças para lidar com os desafios diários e estar presente de forma plena e serena para seu filho.

Esses rituais não precisam ser longos ou elaborados. Experimente começar o dia com uma pausa para respirar profundamente, mesmo que seja por alguns minutos, antes que todas as tarefas comecem.

Esse simples ato de atenção pode ajudá-la a começar o dia com mais calma e clareza, criando uma sensação de bem-estar que se reflete em tudo o que você faz.

Outra ideia é reservar momentos para apreciar coisas pequenas que trazem alegria, como ouvir uma música relaxante, tomar um café quente ou ler uma frase inspiradora.

Foi com este intuito que criei a Alcatea-news, para ser mais um instrumento prático para te ajudar no dia a dia.

O importante é transformar esses momentos de pausa em algo regular. Considere-os como pequenos lembretes diários de que você também precisa de cuidado e acolhimento.

Cada minuto dedicado a si mesma é um investimento na energia que você tem para oferecer aos que ama, especialmente em dias mais difíceis. Lembre-se: cuidar de si é parte essencial de cuidar do seu filho.

✅ Pinte as Mandalas

Pintar mandalas é uma atividade simples, mas que ajuda a acalmar a mente e reduzir o estresse porque envolve atenção e foco de forma tranquila e lúdica.

As mandalas, com suas formas circulares e simétricas, ativam áreas do cérebro responsáveis pela concentração e, ao mesmo tempo, proporcionam uma sensação de segurança e harmonia.

Esse processo de preenchimento dos espaços com cores, cuidadosamente escolhidas ou espontâneas, permite que a mente se libere de preocupações, ajudando a desacelerar os pensamentos e proporcionando um momento de descanso e de reconexão consigo mesmo.

Além disso, essa atividade estimula a criatividade e pode despertar sentimentos de satisfação e de paz ao finalizar a obra, criando uma experiência completa de relaxamento.

Clique abaixo para fazer o download de 4 mandalas que selecionei para você experimentar esta técnica!✏️

Alcatea-News_Mandalas.pdf396.67 KB • PDF Arquivo

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🐺Um Pouco da Nossa História: “Eu não gosto do papai!”

Um pouco da nossa história é sobre aprender a acolher e compreender o que se passa dentro do coração e mente da nossa filha, mesmo quando as palavras ou comportamentos parecem duros.

A nossa filha muitas vezes manifesta, durante uma crise, palavras que são difíceis de ouvir, como "eu não gosto de você", “eu não gosto do papai”. E, embora essas palavras possam doer, sabemos que, naquele momento, elas são apenas um reflexo da sua dificuldade em lidar com suas emoções, uma expressão de seu sofrimento e não uma declaração verdadeira de seus sentimentos.

Com o tempo, percebemos que as crises pedem de nós uma presença firme, mas ao mesmo tempo acolhedora, algo que às vezes pode ser um desafio diante da oposição e resistência dela.

Buscamos sempre direcioná-la com carinho, respeitando o espaço e o tempo dela, mas também nos mantemos consistentes e próximos, mesmo quando não é fácil.

Nesses momentos, é como se ela nos testasse, tentando entender até onde vai o nosso amor e paciência, e mostramos que estamos aqui para ela, sempre.

Este amor incondicional - e não romantizado - é a base do nosso esforço diário para aprimorar nosso vínculo, para que ela sinta segurança, e para que possamos atravessar juntos esses momentos de tempestade.

Aprendemos a cada dia que essa jornada não é linear e que, assim como ela, nós também estamos em constante aprendizado e evolução.

Dr Leonardo Perfeto

🎓Conversa com o Especialista

Na seção Conversa com o Especialista, responderei a perguntas que recebo nas caixinhas do Instagram para oferecer insights valiosos sobre o autismo e o desenvolvimento infantil.

A cada edição, trarei temas práticos e relevantes para ajudar as famílias a compreender melhor o transtorno e a melhorar a qualidade de vida de suas crianças, sempre com dicas e orientações.

Ao final, responderei a perguntas sobre curiosidades pessoais, também feitas no Instagram.

Nesta edição, irei responder a perguntas frequentes sobre um tema crucial para muitas famílias: Manejo de Comportamentos Repetitivos e Estereotipados.

  1. Como posso ajudar meu filho a redirecionar comportamentos repetitivos, como balançar as mãos ou girar objetos, especialmente em locais públicos?

    R: Esses comportamentos, também conhecidos como estereotipias, são uma forma de expressão para muitas crianças autistas. Eles podem surgir como uma maneira de lidar com o estresse, regular emoções ou até mesmo como uma resposta ao excesso de estímulos no ambiente. Em locais públicos, uma opção é oferecer algo para redirecionar essa energia, como brinquedos sensoriais, que proporcionem um estímulo semelhante. Essa alternativa permite que ele se autorregule de forma mais adaptativa sem a necessidade de suprimir totalmente o comportamento. E, se possível, encontre locais calmos para que ele tenha um momento de descanso, ajudando a diminuir a necessidade desses comportamentos.

  2. Esses comportamentos repetitivos podem ter uma função emocional para a criança? Quando devo intervir ou deixar que eles ocorram naturalmente?

    R: Sim, esses comportamentos muitas vezes servem como um alívio emocional e uma estratégia de autorregulação, especialmente em momentos de ansiedade ou quando há sobrecarga sensorial. A intervenção é geralmente mais indicada quando o comportamento coloca a criança em risco, interfere significativamente na interação social ou se torna uma barreira para aprender novas habilidades. Caso contrário, deixar que ocorra naturalmente é uma forma de validar as necessidades sensoriais e emocionais do seu filho. Ao acolher essa necessidade, você demonstra aceitação e segurança, mostrando que ele pode contar com você para se expressar e encontrar tranquilidade.

  3. Quais estratégias práticas posso aplicar em casa para reduzir esses comportamentos sem causar mais estresse ao meu filho?

    R: Criar uma rotina previsível e incluir momentos de pausa sensorial pode fazer uma grande diferença, pois muitos comportamentos repetitivos ocorrem em resposta a mudanças ou excesso de estímulos. Atividades de movimento, como brincar em um balanço ou fazer atividades com pressão, como abraços profundos, podem também ajudar a reduzir a necessidade de estereotipias. Além disso, a introdução de “fidgets” ou brinquedos de manipulação no cotidiano fornece um meio sensorial alternativo e seguro. Ao criar esse ambiente acolhedor e oferecer essas alternativas, ajudamos nosso filho a se sentir seguro, o que pode naturalmente reduzir a intensidade desses comportamentos.

    Exemplos de fidgets

    Curiosidades sobre mim!

  1. Se pudesse escolher um livro ou filme que mais te inspirou na vida, qual seria e por quê?
    R: Eu li poucos livros durante minha vida, mas os que eu li tiveram um significado muito forte para mim. O que mais me impactou foi o Vendedor de Sonhos, do Augusto Cury, pois retrata a história de um estudante de medicina descobrindo o lado humanizado da ciência médica.

    Fique atenta às caixinhas de perguntas no meu Instagram. As mais interessantes, trarei pra cá. Quem sabe sua pergunta é respondida aqui também!

Dica de fidget para autorregulação. Clique na imagem para acessar a loja!
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Até a próxima edição! 🐺

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