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Prever e prevenir crises com “check-ins”
+ um pouco de diversão, pois ninguém é de ferro!

📃Edição 08
⏳Tempo aproximado de leitura: 4 minutos
🐺Um dia de cada vez
🌻Mensagem para a semana

🐺Nesta edição:
1) Transformando Crise em Conexão: Prever e prevenir crises com check-ins
2) Cuidando de Si para Cuidar Melhor: Dicas de séries para relaxar
3) Um Pouco da Nossa História: Literalidade - aprendendo uma nova forma de se comunicar
4) Conversa com o Especialista: Como lidar com o sono irregular de crianças autistas?
🧩Transformando Crise em Conexão: Prever e prevenir crises com check-ins
Reconhecer os sinais iniciais de uma crise pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar nossos filhos a evitá-la ou a passar por ela de forma mais tranquila.
Esses sinais, que nem sempre são óbvios, podem se manifestar de várias maneiras — desde uma respiração ofegante e mudanças bruscas de humor até comportamentos repetitivos que se intensificam.
Esses "pequenos alertas" são únicos para cada criança, e é importante que dediquemos tempo para observá-los em diferentes situações. Quanto mais atenção dermos aos detalhes do comportamento dos nossos filhos, mais cedo poderemos identificar esses indícios e agir para minimizar o impacto de uma crise.
Outro ponto importante é notar o contexto em que esses sinais aparecem. Muitas crises ocorrem após estímulos sensoriais intensos, como barulhos altos, ambientes muito iluminados ou mudanças repentinas de rotina.
Alguns sinais, como esfregar as mãos ou afastar-se das pessoas, podem indicar uma sobrecarga iminente. Ao percebermos padrões, como situações que comumente levam ao estresse, podemos tomar medidas para ajustar o ambiente ao que nosso filho precisa, como buscar um local mais calmo ou oferecer uma atividade que o ajude a se autorregular.
Uma abordagem preventiva valiosa é criar "check-ins" frequentes, onde paramos para perceber como nosso filho está, sem esperar por grandes reações.
Uma abordagem preventiva valiosa é criar "check-ins" frequentes, onde paramos para perceber como nosso filho está, sem esperar por grandes reações.
Perguntar gentilmente ou observar a expressão facial e a postura pode dar pistas preciosas. E, mais importante, estar emocionalmente disponível e atento a esses sinais não apenas ajuda a prevenir crises, mas também fortalece nosso vínculo com eles.
Isso cria um ambiente de segurança e confiança, onde nossos filhos sabem que estamos atentos e prontos para apoiá-los quando necessário.
🤔Mas o que são os Check-ins?
Os check-ins são pausas breves que fazemos para observar o estado emocional e físico da criança, identificando sinais de desconforto antes que ele chegue a uma crise.
Esses momentos podem ser feitos discretamente durante atividades diárias, como a hora das refeições ou uma caminhada, sem precisar interromper o fluxo do dia.
Mesmo em dias tranquilos, os check-ins ajudam a compreender preferências sensoriais e emocionais, fortalecendo o vínculo e criando um ambiente de apoio.
Ao fazer isso regularmente, desenvolvemos uma conexão mais forte e podemos notar sinais precoces de sobrecarga, oferecendo suporte antes que o estresse aumente.
Aqui estão três dicas práticas para integrar check-ins ao dia a dia com o seu filho:
Observe durante rotinas fixas: Durante atividades como a hora das refeições, ao escovar os dentes ou ao preparar o lanche, preste atenção à expressão facial, ao olhar e à linguagem corporal dele. Isso pode indicar se ele está em um estado de calma ou se algo o está incomodando. Pequenos gestos, como uma pausa para olhá-lo nos olhos, podem mostrar que você está atento e disponível.
Use frases acolhedoras ao invés de perguntas diretas: Em vez de perguntar “Está tudo bem?”, experimente algo como “Hoje parece um dia diferente, não é?”, sem exigir uma resposta imediata. Essa abordagem permite que ele se sinta mais confortável para se abrir, sem se sentir pressionado a responder diretamente.
Aproveite momentos tranquilos para breves conversas sensoriais: Durante uma caminhada ou um momento de descanso, faça um check-in sensorial, perguntando o que ele acha do ambiente ao redor (“Está confortável aqui?” ou “Quer um pouco de silêncio?”). Esses momentos ajudam a entender melhor as preferências sensoriais dele e podem oferecer insights sobre como ele se sente naquele ambiente.
Com essas práticas, você pode perceber mudanças sutis no comportamento do seu filho e oferecer o apoio necessário antes que ele sinta uma sobrecarga.
🌻Cuidando de Si para Cuidar Melhor: Dicas de séries para relaxar
Fiz uma seleção de séries pensadas para aqueles momentos em que você busca relaxar e se reconectar consigo mesma, mas ainda quer conteúdo que inspire, acolha e traga aquele sentimento de empatia e compreensão.
Sei o quanto a rotina de uma mãe atípica é corrida e como cada minuto conta, por isso essas séries foram pensadas para encaixarem bem em pequenas pausas ou intervalos do dia a dia.
Com temas que vão de histórias emocionantes a inspirações de superação, essas sugestões podem proporcionar uma pausa revigorante, que te ajuda a recarregar as energias e a se sentir compreendida.

Gilmore Gilrs: Um Ano Para Recordar | Comédia, Drama
Em 2016, a Netflix produziu um ótimo revival da série anterior chamado Gilmore Gilrs: Um Ano Para Recordar, com quatro episódios que contam o que aconteceu com as Rory, Lorelai e Emily Gilmore 10 anos depois. Os novos capítulos trazem uma Rory já adulta, com outro tipo de relação com a sua mãe, que por sua vez também mudou a forma como se relaciona com sua própria mãe.

Atypical | Comédia, Drama
Atypical é protagonizada por um jovem adolescente que vive dentro do espectro de autismo e enfrenta questões que qualquer jovem enfrenta relacionadas à busca por liberdade e amor, e acaba sendo uma importante produção para a desmistificação do autismo. É, antes de tudo, um história sobre descoberta, amizade e família, e você certamente vai se emocionar assistindo com sua mãe.

Chamem as Parteiras | Drama, Humor
A série acompanha a vida da enfermeira de 22 anos, Jenny Lee, que atua como parteira junto a um grupo de freiras no East End, em Londres. O drama é baseado nas memórias – eternizadas em livro de mesmo nome – de Jennifer Worth no leste da cidade em 1950 e retrata fielmente como era a vida das mulheres e das classes mais baixas que viviam em regiões periféricas da capital inglesa na época.

Uma nova mulher | Romance, Drama
Uma Nova Mulher é uma série turca da Netflix que explora a amizade entre três mulheres – Ada, Sevgi e Leyla – que, após um diagnóstico de câncer, embarcam em uma jornada terapêutica na cidade de Ayvalık. Lá, segredos e traumas do passado vêm à tona, levando-as a confrontarem questões pessoais profundas. A série combina drama e espiritualidade, destacando a força das amizades e o poder da cura emocional em meio aos desafios.
✅ Charadinhas! (respostas no fim desta edição)
1.Quantas espécies Moisés levou com ele na Arca?
2.Imagine que você está numa sala sem portas nem janelas. Como você sai de lá?
3.Jaime saiu para caminhar quando começou a chover. Ele não tinha guarda-chuva nem usava chapéu. Quando voltou, suas roupas estavam ensopadas, mas nenhum fio de cabelo estava molhado. Como isso é possível?
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🐺Um Pouco da Nossa História:
Literalidade - aprendendo uma nova forma de se comunicar
Quando descobrimos o autismo da nossa filha, entendemos que a comunicação é uma via cheia de nuances que nem sempre percebemos.
Entre os desafios que vivenciamos, um deles foi lidar com a literalidade, algo que faz parte do critério A2 do diagnóstico do autismo.
Essa característica reflete a dificuldade em compreender metáforas e figuras de linguagem, levando a interpretações literais e, por vezes, engraçadas ou inesperadas das nossas palavras.
Lembro de um episódio em que usamos a expressão "quebrar o combinado". Depois de eu fazer a minha parte de um acordo, minha filha recusou-se a cumprir a dela. Expliquei que, ao agir assim, ela estava "quebrando o combinado".
Surpresa, ela perguntou: "Quebrar o quê?" e, ao ouvir minha resposta repetida, gesticulou como se estivesse quebrando um galho, enquanto perguntava mais uma vez “quebrar o quê?”!
Outro momento marcante foi nas perguntas sobre o jantar. Sempre que perguntávamos "o que você quer comer?", ela respondia "comida!". Então, a gente questionava “que comida você quer?” e ela respondia indignada: “Comida comida, ora!”. Percebemos que precisávamos ser mais claros e, hoje, perguntamos: "Qual comida você quer?".
Uma outra característica marcante da literalidade dela é “as coisas como elas realmente são”. Certa vez ela estava vestindo um roupão de banho e eu comentei: “Filha, o roupão é igual ao kimono do jiu-Jitsu!”. Sua resposta imediata foi: “Não! O kimono tem calça e não tem bolso!”.
O autismo nos ensinou a ser mais diretos e objetivos na forma de nos comunicarmos.
Diminuímos o uso de metáforas e figuras de linguagem nas conversas do dia a dia para facilitar o entendimento. Mas, ainda assim, estamos ensinando a nossa filha o significado de expressões que usamos, explicando pacientemente seu sentido, pois é importante para ela compreender essa forma de comunicação para poder interagir melhor com seus amigos.
Com isso, aprendemos juntos que a comunicação pode ser um exercício de criatividade, empatia e constante adaptação.

Dr Leonardo Perfeto
🎓Conversa com o Especialista
Na seção Conversa com o Especialista, responderei a perguntas que recebo nas caixinhas do Instagram para oferecer insights valiosos sobre o autismo e o desenvolvimento infantil.
A cada edição, trarei temas práticos e relevantes para ajudar as famílias a compreender melhor o transtorno e a melhorar a qualidade de vida de suas crianças, sempre com dicas e orientações.
Ao final, responderei a perguntas sobre curiosidades pessoais, também feitas no Instagram.
Nesta edição, irei responder a perguntas frequentes sobre um tema crucial para muitas famílias: Como lidar com o sono irregular de crianças autistas?
Por que as crianças autistas têm mais dificuldade para dormir?
R: As dificuldades de sono em crianças autistas podem estar relacionadas a diversos fatores, como alterações sensoriais, ansiedade, dificuldades em entender rotinas, ou mesmo alterações na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Muitas vezes, a sensibilidade sensorial exacerbada faz com que barulhos ou luzes que passariam despercebidos por outras crianças interfiram no descanso. Além disso, o alto nível de energia ou a ansiedade comum em autistas pode dificultar o relaxamento necessário para adormecer. Identificar o que está contribuindo para essa dificuldade pode ser o primeiro passo para buscar soluções.O que posso fazer para melhorar a rotina de sono do meu filho?
R: Criar uma rotina estruturada e previsível pode ajudar muito. Experimente estabelecer um horário fixo para ir dormir e acordar, mesmo nos fins de semana. Antes do horário de dormir, crie um ritual calmante, como ler um livro, ouvir uma música tranquila ou tomar um banho morno. Evite telas e estímulos fortes pelo menos uma hora antes de ir para a cama, pois isso pode interferir na produção de melatonina. Se possível, torne o ambiente da casa e do quarto mais acolhedor, ajustando a iluminação (luzes baixas), barulhos ou outros elementos que possam ser desconfortáveis para ele.Devo usar suplementos como melatonina para ajudar meu filho a dormir?
R: A melatonina pode ser uma boa opção em alguns casos, mas é essencial conversar com o médico de seu filho antes de administrá-la. Ela ajuda a regular o ciclo sono-vigília, sendo particularmente útil para crianças que têm dificuldade em iniciar o sono. No entanto, a melatonina não é uma solução para todos os casos e deve ser combinada com uma boa higiene do sono. O acompanhamento médico é fundamental para ajustar a dose e verificar se há necessidade de outros tratamentos complementares.
Curiosidades sobre mim!
Qual música, ou tipo de musica, ou banda você costuma ouvir para relaxar depois de um dia cheio?
R: Eu sou roqueiro, então costumo ouvir desde rock clássico, tipo Beatles a thrash metal, como Sepultura. O que vai rolar no fone de ouvido depende muito da situação. Se for para sentar na cadeira do dentista, vai tocar Sepultura. Se for para refletir sobre a vida, Iron Maiden. E se for para limpar a casa, aí rola a playlist completa (risos).Fique atenta às caixinhas de perguntas no meu Instagram. As mais interessantes, trarei pra cá. Quem sabe sua pergunta é respondida aqui também!
✅Resposta das charadinhas
1.Quantas espécies Moisés levou com ele na Arca?
Resposta: nenhuma. Quem construiu a arca foi Noé, não Moisés.
2.Imagine que você está numa sala sem portas nem janelas. Como você sai de lá?
Resposta: é só deixar de imaginar.
3.Jaime saiu para caminhar quando começou a chover. Ele não tinha guarda-chuva, não usava chapéu e nem capa de chuva. Quando voltou, suas roupas estavam ensopadas, mas nenhum fio de cabelo estava molhado. Como isso é possível?
Resposta: Jaime é careca.
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Até a próxima edição! 🐺
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