Quando o "não" vira crise

O peso da culpa e como aliviar essa carga + Quando as palavras não vêm + Flexibilizando a rigidez

📃Edição 18

⏳Tempo aproximado de leitura: 4 minutos

🌻Mensagem para a semana

O que é seu sempre encontra o caminho até você. Confie e siga em frente.

🐺Nesta edição:

1) Transformando Crise em Conexão: Quando o "não" vira crise

2) Cuidando de Si para Cuidar Melhor: O peso da culpa e como aliviar essa carga

3) Um Pouco da Nossa História: Quando as palavras não vêm

4) Conversa com o Especialista: Flexibilizando a rigidez

🧩Transformando Crise em Conexão:
Quando o "não" vira crise

Dizer “não” para uma criança autista pode ser um grande desafio.

Muitas vezes, a frustração se transforma em uma crise intensa, e isso acontece porque lidar com mudanças e imprevistos pode ser difícil para ela.

Diferente do que muitos pensam, não se trata de birra, mas de uma dificuldade real em regular emoções e encontrar alternativas para aquilo que deseja.

Como pais, precisamos lembrar que validar o sentimento da criança não significa ceder a tudo, mas sim ajudá-la a entender e lidar com as negativas de forma mais tranquila.

Uma estratégia importante é antecipar situações que possam gerar frustração. Se sabemos que algo não será possível, podemos comunicar isso com antecedência e, sempre que possível, oferecer alternativas.

Por exemplo, se a criança quer um brinquedo específico na loja e isso não está nos planos, podemos dizer: "Hoje não vamos levar esse brinquedo, mas podemos escolher um livro para ler juntos."

Essa abordagem mostra que entendemos a vontade dela, mas também estabelecemos um limite com empatia.

Além disso, manter a calma durante a crise é essencial.

A criança pode não conseguir se acalmar imediatamente, mas nossa postura serena pode ajudá-la a encontrar esse equilíbrio. Respire fundo, fale de forma tranquila e evite discussões no calor do momento.

Depois que a crise passar, converse com a criança sobre o que aconteceu, mostrando que é possível enfrentar frustrações de maneira mais leve. Com o tempo, ela vai aprendendo a lidar melhor com esses sentimentos e, aos poucos, as crises vão diminuindo.

My wife watching play my son on the beach !

🌻Cuidando de Si para Cuidar Melhor:
O peso da culpa e como aliviar essa carga

Muitas vezes, ao falarmos sobre autocuidado, a primeira reação de algumas mães e pais é a culpa. Afinal, como parar para cuidar de si quando há tanto a ser feito?

Mas é importante lembrar que ninguém consegue oferecer o melhor para seu filho quando está esgotado.

Cuidar de si não é abandonar, não é deixar de lado — é garantir que você tenha energia, paciência e equilíbrio para continuar sendo o suporte que seu filho precisa.

Ainda assim, a culpa pode aparecer. Pensamentos como “eu deveria estar brincando com ele em vez de descansar” ou “se eu não der conta de tudo, quem vai dar?” são comuns.

Mas a verdade é que a exaustão não ensina nada de bom. Pelo contrário, quando estamos sobrecarregados, reagimos com menos paciência e conexão.

O que realmente ajuda uma criança é ter pais que conseguem respirar fundo antes de reagir, que têm espaço para acolher e orientar com tranquilidade – e isso só acontece quando também nos acolhemos.

Então, que tal mudar o olhar sobre o autocuidado?

Em vez de enxergá-lo como um luxo, veja-o como um compromisso com você e com seu filho. Pequenos momentos de pausa podem fazer toda a diferença.

Respeite seus limites, peça ajuda quando precisar e, acima de tudo, permita-se descansar sem culpa. Seu bem-estar não é só importante – ele é essencial.

💫Compartilhe a ALCATEA - Autismo em casa por Dr Leonardo Perfeto e ganhe prêmios exclusivos!

Você tem atualmente {{rp_num_referrals}} indicações, e faltam apenas {{rp_num_referrals_until_next_milestone}} para receber o {{rp_next_milestone_name}}.

Para indicar basta clicar no botão abaixo:

🐺Um Pouco da Nossa História:
Quando as palavras não vêm

Lembro de muitas vezes buscar minha filha na escola e perguntar: “Como foi seu dia?”, apenas para receber um silêncio ou uma resposta vaga.

No começo, pensei que fosse desinteresse ou timidez, mas com o tempo, percebi que contar sobre o dia não era algo simples para ela.

Organizar os acontecimentos, lembrar das sequências e encontrar as palavras certas exigia um esforço enorme, e eu não sabia como ajudá-la.

Foi só depois do diagnóstico que entendi que essa dificuldade fazia parte do autismo. Para muitas crianças, relatar experiências do dia a dia não acontece de forma natural.

Elas podem precisar de apoio visual, perguntas mais específicas ou até de tempo para processar antes de responder.

Então, em vez de perguntar “Como foi seu dia?”, passei a tentar “Você brincou no parquinho hoje?” ou “O que você comeu no lanche?”.

Com perguntas mais concretas, ela foi se sentindo mais segura para se expressar.

Hoje, ainda há dias em que ela não quer falar, e tudo bem. Aprendi que minha função não é forçar uma conversa, mas criar um espaço seguro onde ela se sinta confortável para compartilhar, no tempo dela.

Pequenos avanços acontecem quando respeitamos o ritmo da criança e ajustamos nossas expectativas. E, no fim, cada palavra que ela escolhe dizer é uma conquista que celebramos juntos.

Dr Leonardo Perfeto

🎓Conversa com o Especialista

Na seção Conversa com o Especialista, responderei a perguntas que recebo nas caixinhas do Instagram para oferecer insights valiosos sobre o autismo e o desenvolvimento infantil.

A cada edição, trarei temas práticos e relevantes para ajudar as famílias a compreender melhor o transtorno e a melhorar a qualidade de vida de suas crianças, sempre com dicas e orientações.

Nesta edição, irei responder a perguntas frequentes sobre um tema crucial para muitas famílias: Flexibilizando a Rigidez

1. Meu filho se desespera quando há qualquer mudança na rotina, mesmo que pequena. Como posso prepará-lo para essas situações?

Mudanças podem ser muito difíceis para crianças autistas, pois elas encontram segurança na previsibilidade. Para ajudá-lo, tente avisar com antecedência sempre que possível. Use calendários visuais, fotos ou histórias sociais para mostrar o que vai acontecer. Pequenas adaptações graduais também fazem diferença, como começar a falar sobre a mudança dias antes e incluir elementos familiares na nova situação. Além disso, manter a calma e validar os sentimentos dele pode tornar o processo menos estressante.

2. Quando precisamos viajar ou mudar algum compromisso, meu filho entra em crise. Existe alguma estratégia para tornar essas transições mais fáceis para ele?

Sim! Uma boa estratégia é criar um roteiro visual ou um livrinho com imagens para antecipar cada etapa da mudança. Se for uma viagem, por exemplo, mostre fotos do lugar, do transporte e do que ele pode esperar. Se for uma mudança na rotina do dia, como um compromisso inesperado, tente manter ao máximo outros elementos previsíveis, como horários das refeições ou objetos que ele goste. Se possível, ofereça escolhas para que ele sinta um pouco mais de controle sobre a situação, como levar um brinquedo preferido ou escolher uma música para ouvir no caminho.

3. Percebo que meu filho resiste a experimentar coisas novas, como um alimento diferente ou um caminho novo para a escola. Como posso ajudá-lo a ser mais flexível?

A rigidez pode ser trabalhada aos poucos, sempre respeitando os limites da criança. Introduza mudanças pequenas e previsíveis, explicando com antecedência e oferecendo apoio durante o processo. Se for um novo alimento, por exemplo, deixe-o no prato sem pressionar para que ele coma. Se for um novo caminho para a escola, tente mostrar no mapa ou passar por lá antes em um passeio tranquilo. O reforço positivo também ajuda: celebre cada pequeno avanço e mostre que mudanças podem ser seguras e até agradáveis.

Se gostou, compartilhe!

Faça um story no Instagram e marque o @opaidiatra #repostamos

Quer me acompanhar no Instagram?
>> É só clicar aqui!

Têm sugestões para as próximas edições?

Envie suas ideias para: [email protected] 👈

🐺ALCATEA-NEWS

Um guia acolhedor para a jornada do autismo!

Para transformar informações complexas em apoio real no dia a dia, nasceu esta newsletter!

Chegamos no seu e-mail sempre às quintas, às 08h.

Até a próxima edição! 🐺

Reply

or to participate.