Ajustando a Comunicação para conduzir crises🐺

Compreendendo a relação entre comunicação e comportamentos de todos envolvidos.

📃Edição 03

⏳Tempo aproximado de leitura: 4 minutos

Ajustando a Comunicação para conduzir crises🐺
Compreendendo a relação entre comunicação e comportamentos de todos envolvidos.

🌻Mensagem para a semana

Os desafios diários que surgem ao cuidar de uma criança autista podem parecer avassaladores, mas cada um deles traz consigo a chance de crescer e fortalecer a relação com seu filho.

Mesmo nos momentos mais difíceis, quando as crises aparecem ou a rotina sai do controle, existe a oportunidade de transformar essas situações em aprendizado e conexão.

O que pode parecer uma barreira agora, pode ser um passo importante para criar laços mais profundos e duradouros.

Lembre-se de que não há necessidade de enfrentar tudo de uma vez. Pequenos progressos são conquistas significativas, e cada desafio superado, por menor que seja, é uma prova da sua força e dedicação.

É nesses momentos que você mostra a seu filho que ele pode contar com você, criando um ambiente de confiança e segurança, onde ele sabe que será compreendido e acolhido.

A cada etapa dessa jornada, você e seu filho estão crescendo juntos. Aproveite os desafios como oportunidades para aprender mais sobre ele e sobre si mesma.

Ao fortalecer essa conexão, você estará proporcionando não só um desenvolvimento emocional saudável para ele, mas também para você, criando uma rede de apoio e carinho que vai sustentar ambos nos momentos bons e nos mais difíceis.

🐺Nesta edição:

1) Transformando Crise em Conexão: "Autocontrole e Empatia: Ajudando Seu Filho a Lidar com Frustrações."

2) Cuidando de Si para Cuidar Melhor: "Mente Saudável, Coração Leve: Como o Autocuidado Transforma Sua Rotina"

3) Um pouco da nossa história: "O “terrible two me passou a perna"

4) Conversa com Especialista: "Como o Comportamento é Comunicação"

🧩Autocontrole e Empatia: Ajudando Seu Filho a Lidar com Frustrações.

Lidar com as emoções no autismo pode ser desafiador, tanto para a criança quanto para a família. Se você já se questionou sobre como ajudar a criança com TEA a enfrentar momentos de frustração ou como dar suporte emocional à família, estou aqui para orientar.

Dentre todos os desafios, tanto para a família, quanto para a criança autista, lidar com as emoções de cada pessoa é um dos mais desafiadores.

Não podemos apenas focar nas emoções da criança, mas devemos lembrar que, quando falamos de emoções no autismo, todo o sistema familiar está envolvido.

Temos que ter em mente que houve todo um processo de diagnóstico que, na maioria das vezes, é longo, passando desde a suspeita, pela investigação até o laudo médico final.

São muitas emoções envolvidas, como ansiedade, culpa e até a vivência de um luto.

Independente da fase em que você se encontra, saiba que você não precisa passar por tudo isso sozinha.

Todos nós precisamos de suporte, como nossos filhos precisam, e o nosso vem de parentes, amigos e de profissionais, seja por terapia ou por orientação parental.

Certamente, esse suporte lhe ajudará a passar por tudo isso, trazendo amparo e maior consciência para lidar com os sentimentos e desafios do dia a dia.

Muitas vezes, as crianças com autismo têm dificuldade em expressar suas emoções ou lidar com frustrações. Esses sentimentos podem se manifestar por várias razões, e é essencial que a família e os profissionais estejam atentos aos sinais que a criança apresenta, oferecendo o suporte necessário no momento certo.

Existem algumas formas práticas de ajudar a criança com TEA a lidar com suas frustrações:

⚜️Use uma comunicação clara e direta

Adapte a linguagem para ser simples e acessível, utilizando também recursos visuais que ajudem a criança a compreender melhor o que está acontecendo ao seu redor. Evite dar muitas explicações. Seja direta e curta em suas palavras.

⚜️Crie uma rotina bem definida

A previsibilidade traz segurança para a criança com autismo. Estabelecer uma rotina clara e consistente pode reduzir a ansiedade e permitir que a criança se sinta mais confortável e segura.

⚜️Ofereça alternativas de comunicação

Nem sempre a criança consegue verbalizar o que sente. Implementar ferramentas de comunicação alternativa pode ser uma maneira eficaz de permitir que ela expresse suas frustrações e necessidades.

Quando se trata de apoiar nosso pequeno com autismo, a empatia, a compreensão e a educação são verdadeiros aliados. Esses valores ajudam a criar um lar acolhedor e seguro, que é tão importante para o desenvolvimento do seu filho.

Aprender sobre o autismo pode ser transformador. Isso permitirá que você e os outros que cercam seu filho compreendam melhor suas necessidades, o que torna a comunicação muito mais fluida.

Lembre-se de que não precisa enfrentar essa jornada sozinha. Buscar a orientação de profissionais especializados é fundamental para garantir o suporte que seu filho merece.

Além disso, construir uma rede de apoio ao compartilhar informações com amigos e familiares é uma maneira incrível de fortalecer a comunidade ao redor do seu filho.

Essa troca de conhecimentos promove um ambiente mais inclusivo, onde todos se sentem acolhidos.

Você não está sozinha nessa caminhada. Juntos, podemos criar um espaço mais seguro e amoroso para o seu pequeno brilhar!

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🧠Mente Saudável, Coração Leve❤️
Como o Autocuidado Transforma Sua Rotina

No dia a dia desafiador de cuidar de uma criança autista, é fácil esquecer de cuidar de si mesmo. Contudo, priorizar o autocuidado não é apenas uma necessidade, mas um passo essencial para manter a saúde mental e emocional.

Ao dedicar um tempo para si, você se torna mais forte e capaz de enfrentar os desafios que surgem. O autocuidado é a chave para um coração leve e uma mente saudável, permitindo que você navegue pela jornada do autismo com mais resiliência e equilíbrio.

Uma forma poderosa de autocuidado é incorporar atividade física na sua rotina. Exercitar-se libera endorfinas, melhorando o humor e reduzindo os níveis de estresse.

Seja uma caminhada ao ar livre, praticar yoga ou até dançar em casa, o movimento físico traz benefícios não só para o corpo, mas também para a mente.

Dedicar-se a atividades físicas regulares ajuda a manter a energia e promove uma sensação de bem-estar que reflete diretamente na sua capacidade de lidar com os desafios diários.

Lembre-se de escolher atividades que você realmente goste, pois assim elas se tornam momentos prazerosos e não uma obrigação.

Outra maneira poderosa de promover o autocuidado é a conexão com outras pessoas. Conversar com amigos, familiares ou grupos de apoio pode proporcionar uma sensação de pertencimento e compreensão.

Compartilhar experiências, ouvir histórias de outras famílias e obter conselhos pode ser transformador. Essas interações ajudam a aliviar a carga emocional e a solidão que muitas vezes acompanha a jornada do autismo.

O autocuidado se reflete na sua capacidade de se conectar, e ao fortalecer esses laços, você cria um ambiente mais positivo e acolhedor para sua família.

Lembre-se, cada passo que você dá em direção ao autocuidado é um investimento na sua saúde e bem-estar.

Ao cuidar de si mesmo, você não apenas melhora sua qualidade de vida, mas também se torna um exemplo de resiliência e amor para seu filho.

Portanto, reserve um tempo para si, cuide da sua mente e do seu corpo, e observe como essa transformação reverbera em toda a sua rotina familiar.

Você merece esse cuidado!

🐺Um pouco da nossa história: O “terrible two” me passou a perna

A partir dos 2 anos, nossa filha começou a apresentar comportamentos que nos desafiavam profundamente, especialmente para nós, que éramos pais de primeira viagem.

Até então, tudo parecia tranquilo, ela se comportava como um bebê típico, sem grandes surpresas. Mas, entre 1 ano e meio e 2 anos, algo mudou. De repente, parecia que tudo estava desmoronando.

Eu costumava brincar que ela fazia "birras de cinema". Tentávamos aplicar tudo o que aprendemos sobre Disciplina Positiva, Comunicação Não-Violenta, criação com afeto... mas, na prática, nada parecia funcionar.

Quanto mais tentávamos acalmá-la, mais as coisas pioravam, e nos afastar dela só complicava a situação. Estávamos perdidos, convencidos de que era apenas a famosa fase do "Terrible-Two".

O "Terrible-Two" é aquele momento em que a criança começa a testar seus limites, com explosões emocionais e birras frequentes. Mas, na maioria dos casos, os pais conseguem se aproximar, acalmar a criança e tudo volta aos eixos.

No nosso caso, porém, isso não acontecia. Quando ela chegou aos 2 anos e meio e nossa segunda filha nasceu, a tensão aumentou, pois o “Terrible-Two” da primeira só piorava; o que seria de nós com duas nessa fase?! A frustração era imensa.

O curioso é que, quando nossa caçula entrou nessa fase, as coisas foram bem diferentes. A Disciplina Positiva funcionava com ela, e as crises eram mais suaves.

Então, decidimos buscar ajuda. Foi aí que uma psicóloga, na segunda sessão, nos alertou: “Tem algo a mais aqui…” E, de repente, surgiram as hipóteses de autismo ou TDAH.

Aquilo me pegou de surpresa. Como pediatra, comecei a me questionar: “O que eu não estou vendo na minha própria filha?” E não era só eu que não percebia; até a neurologista pediátrica que nos atendeu não identificou o autismo.

Com isso, partimos para uma investigação mais aprofundada com uma neuropsicóloga quando ela tinha 4 anos e meio, mas essa história fica para outra edição.

A mensagem que quero deixar é:

se algum comportamento da sua criança está te deixando preocupada, não se prenda apenas a teorias como o "Terrible-Two" ou os saltos de desenvolvimento. Buscar uma avaliação mais detalhada é sempre a melhor escolha, mesmo que, no final, não haja um diagnóstico. Mais vale investigar cedo do que adiar algo importante.

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🎓Conversa com o Especialista

Na seção Conversa com o Especialista, responderei a perguntas que recebo nas caixinhas do Instagram para oferecer insights valiosos sobre o autismo e o desenvolvimento infantil.

A cada edição, trarei temas práticos e relevantes para ajudar as famílias a compreender melhor o transtorno e a melhorar a qualidade de vida de suas crianças, sempre com dicas e orientações.

Ao final, responderei a perguntas sobre curiosidades pessoais, também feitas no Instagram.

Nesta edição, irei responder a perguntas frequentes sobre um tema crucial para muitas famílias: Como o comportamento é comunicação: Desvendando as mensagens por trás das ações das Crianças Autistas.

  1. Por que é importante entender o comportamento de uma criança autista como uma forma de comunicação?
    R: Entender que o comportamento de uma criança autista é uma forma de comunicação nos ajuda a enxergar além das ações. Muitas vezes, a criança pode não conseguir expressar seus sentimentos ou necessidades de maneira verbal, então seu comportamento se torna a maneira mais clara de dizer o que está sentindo. Seja uma crise, um movimento repetitivo ou até o silêncio, é uma tentativa de comunicação. Quando compreendemos isso, passamos a ver esses momentos não como um desafio, mas como uma oportunidade para nos conectarmos e entendermos melhor o que a criança realmente precisa.

  2. Quais são os comportamentos mais comuns que podem sinalizar uma tentativa de comunicação, e como os pais podem interpretá-los?
    R: Alguns comportamentos comuns em crianças autistas que podem sinalizar uma tentativa de comunicação incluem crises de choro, gestos repetitivos (como balançar as mãos), evitar ou buscar contato visual, e repetição de palavras ou frases. Esses comportamentos podem indicar que a criança está se sentindo sobrecarregada, ansiosa ou tentando expressar uma necessidade, como fome, cansaço ou desconforto. Interpretar esses sinais envolve observação e empatia. Pergunte-se: “O que ela está tentando me dizer com isso?” Ao prestar atenção no contexto em que esses comportamentos acontecem, você pode começar a identificar os padrões e necessidades por trás deles.

  3. Como os pais podem diferenciar entre comportamentos típicos do autismo e comportamentos que indicam desconforto ou sobrecarga sensorial?
    R: Diferenciar entre comportamentos típicos do autismo e sinais de desconforto pode ser um desafio, mas a observação atenta é a chave. Comportamentos típicos do autismo, como estereotipias (movimentos repetitivos) ou focos intensos em atividades específicas, costumam ser mais constantes. Já comportamentos que indicam sobrecarga sensorial, como tapar os ouvidos, agitação extrema ou crises, geralmente surgem em situações específicas – como lugares barulhentos, luzes fortes ou mudanças na rotina. É importante conhecer bem os gatilhos da criança e observar como ela reage a diferentes ambientes e estímulos para poder interpretar quando ela está apenas sendo ela mesma e quando está lidando com um desconforto.

  4. Quais estratégias práticas você recomenda para que os pais ajudem seus filhos a desenvolver maneiras mais eficazes de se comunicar?
    R: Incorporar formas alternativas de comunicação pode ser muito eficaz. Muitos pais utilizam sistemas de comunicação por figuras ou aplicativos que ajudam a criança a expressar suas necessidades de forma visual. Ensinar sinais simples ou gestos também pode ser uma maneira de permitir que a criança se comunique de forma não verbal. Outra estratégia importante é sempre nomear as emoções e as ações da criança: se ela está chorando, você pode dizer: "Você está chorando, será que está com fome ou cansada?" Isso não só valida o que ela está sentindo, mas também oferece uma alternativa de comunicação para ela. E, claro, seja paciente e celebre cada pequena conquista no desenvolvimento dessa comunicação.

  5. Como lidar com comportamentos desafiadores sem reforçar padrões negativos, mas ainda validando a tentativa de comunicação da criança?
    R: Quando enfrentamos comportamentos desafiadores, o mais importante é responder de maneira calma e firme, sem reforçar o comportamento negativo. Isso significa validar o que a criança está tentando comunicar – "Eu vejo que você está frustrada" – enquanto guia para uma resposta mais adequada. Estabeleça limites claros, mas ofereça alternativas para que ela se expresse de maneira mais adequada. Por exemplo, se a criança está gritando, você pode dizer: "Eu sei que você está chateada, mas pode me mostrar o que quer de outra maneira?" Recompense comportamentos positivos e lembre-se de que a consistência é fundamental para ajudar a criança a entender novas formas de se comunicar.

Curiosidades sobre mim!

  1. Qual foi o momento mais transformador da sua carreira ao trabalhar com crianças autistas, e como isso impactou sua vida pessoal?
    R: Pelo incrível que pareça, foi em um momento de estafa profissional. Em meados de maio de 2024, percebi que minha agenda no consultório estava com 85% de pacientes com autismo ou algum outro transtorno do neurodesenvolvimento. Como eu procuro me doar integralmente às famílias, percebi que eu estava indo além dos meus limites pessoais e profissionais, o que estava gerando um início de ansiedade. Então, tive a sorte de conseguir parar para refletir sobre o que estava acontecendo e reconheci que eu estava assumindo funções que não eram minhas, como por exemplo, fazer ajustes em medicações de crianças que tomam mais de uma medicação psicofarmacológica. Me coloquei no meu lugar de pediatra e, da mesma maneira que faço com outras doenças/transtornos, terão casos em que eu precisarei encaminhar para o especialista, seja neuro ou psiquiatra infantil, principalmente estes em que há mais de um medicamento em uso, por exemplo.

Fique atenta às caixinhas de perguntas no meu Instagram. As mais relevantes, trarei pra cá. Quem sabe sua pergunta é respondida aqui também!

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Até a próxima edição! 🐺

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